PENSO, ESCREVO
Escrevo como quem passeia sem rumo,
não meço passos e nem poderia.
Escrevo, como quem vagueia
ora na madrugada, ora na luz do dia.
Não invento rima, ela me procura,
se instalando sem que eu perceba,
ora enfeita, ora enfeia minha poesia.
Mas, nas andanças dessa minha loucura,
tal qual a chama de uma vela acesa,
clareio um pouco minha vida escura.
Vou seguindo pela dor afora,
buscando nas palavras lançadas ao vento,
um pouco de consolo antes de ir embora,
um pouco de alívio para o meu tormento.