ENTRANHAS DIVINAS

Pobre de ti meu filho, sessões de tortura e lamentações em meu nome

Não estarei entre vós em mãos, joelhos prostrados, rangeres de banco ou nas eternas marchas fúnebres.

Por que me pediste tanto?

Ingratos e por vezes bastardos.

Devorastes tudo que havia edificado com mais fina arquitetura divina.

Alastra-se como penumbra negra por mares e terras.

Destruíste culturas e pilares da minha verdadeira essência.

Em meu nome pediste misericórdia para ti e ao mesmo tempo estripa vorazmente toda vida de minhas crianças imaculadas e seres viventes.

Pescaste o que foi semeado, não venhas com torpes idiossincrasias.

Fez de si mesmo um calabouço ambulante de rancores e cadáveres.

Por que afagai – me com tuas falhas e quedas ?

Se quiseres compreender da magnitude do teu pai, seja capaz de olhar nos cristais incrustados no grão de área, nas cores das sinapses, na manta sutil do tempo e talvez na atmosfera de seus próprio átomos.

Olhai em reflexos e reflexões e usa teu verdadeiro dom divino.

Agradeceste por ti e pelos seus por mais um dia de milagres.

Tua presença já é uma transgressão das leis divinas.

Mas apesar de tudo filho, não quero ser mais um em percutir culpa, mas sim, tua redenção.

Anderson Hazenfratz