MESTRE TIÃO

Conheci mestre Tião, peão valorizado que não drumia na hora da obrigação e quando ia formá uma comitiva, os fazendeiro, da presença de Tião num abria mão. Era homi arto que na cintura trazia sempre um punhar, o brio de seus óio, fazia os óio da gente, nos dele num mirá. Contavam que em Dorado, no Mato Grosso,numa noite emboscado, Tião seu punhar de sangue teria manchado, e dois ladrão havia matado, mais nunca ninguém se atreveu a história confirmá. Num tinha muitos amigo e gostava muito pouco de falá, porém, ao pegá na viola seu peito parecia que ia istorá, cantava feito canarim quando qué sua amada conquistá. Numa noite, em uma festa de São João, um par de óio ganhou seu coração. Maria, menina moça, dançava rodando seu vestido de chitão e cum seu corpim de buneca, fez festa nos desejo de Tião. Num demorou mais que dois mêis, na igreja, de um vigáro receberam a comunhão. Tião disidiu que num ia mais viajá e numa fazenda, como peão, foi trabaiá. Ansim a vida seguiu seu distino, e junto com o verde da coiêta nasceu o primeiro varão, dispois vieram mais quatro, o que só alegreva o peito de Tião. Os ano foi passando, as dificulidade armentando, e numa tarde fria, dispois de uma pneumonia, Tião perdeu sua Maria. Apesá de abalado ele não se entregô, e suzinho, seus fio crio. Muitas veiz de fome padeceu, mais nunca dexô de alimentá e dá estudo prus seus. Tinha cinco fio e com eles era iquar moça prendada que cuida dos dedo da mão; sabe que são diferente, mais cada quar tem sua utilização. Divagarim cada fio seguiu seu distino, e Tião foi ficando suzinho, com o tempo a velhice tamén chegou e foi apagando cada vez mais o resto de brio que nos óio de Tião Maria dexô, apesá de muito tê trabaiádo, Tiao durante a vida nada economizou, gastou tudo nas escola dos fio, escola que Tião nunca freguentô. Ninguém sabe se foi farta de Maria, dos fio ou só veira memo, mais Tião adoeceu e daquele ranchim, onde um dia a alegria junto com sua Maria conheceu, ele foi tirado, e prum asilo foi levado. Hoje apesá de cinco fio tê criado, veve lá suzinho, triste e abandonado.

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