EFÊMERA CHAMA
A poesia não se sabe o seu porquê,
Muito menos a escrever poder-se-ia,
E lê-la, então, jamais,
Pois devia ser nascida surda-muda,
E não trazer a este mundo tanta dúvida.
A poesia não se deve declamar,
Pois ela diz o que não é,
E esconde como se saber...
É preciso que quem conseguir lê-la,
Veja-a numa tela
Pendurada na muralha derrubada,
E decifre as imagens
Que ninguém jamais as viu...
E que a luz que a projeta nessa tela,
Seja aquela que minguou confessa,
Fim de uma vela,
Acesa num beiral qualquer de uma rua reta,
Para dar mais chance ao vento
De apagar para sempre o poeta.
A poesia não se sabe o seu porquê,
Muito menos a escrever poder-se-ia,
E lê-la, então, jamais,
Pois devia ser nascida surda-muda,
E não trazer a este mundo tanta dúvida.
A poesia não se deve declamar,
Pois ela diz o que não é,
E esconde como se saber...
É preciso que quem conseguir lê-la,
Veja-a numa tela
Pendurada na muralha derrubada,
E decifre as imagens
Que ninguém jamais as viu...
E que a luz que a projeta nessa tela,
Seja aquela que minguou confessa,
Fim de uma vela,
Acesa num beiral qualquer de uma rua reta,
Para dar mais chance ao vento
De apagar para sempre o poeta.