As semelhanças me confundem
Estou presa em um labirinto. São as semelhanças que me confundem e me paralisam. Fico em um canto qualquer (afinal, todos parecem iguais!). Sinto vontade de correr, mas as pernas estão presas em algo que na penumbra não consigo identificar. Sei que há vários caminhos a seguir, sei que há uma saída, ouço vozes que ecoam em muitas direções e que chamam pelo meu nome. Nada consegue por movimento em mim. Sou um ser estagnado num ponto qualquer deste labirinto.
Se eu pelo menos eu tivesse forças para galgar as paredes que me cercam, talvez conseguisse ver os diversos caminhos que o labirinto faz. Não dá! As paredes se alongam e as mãos resvalam. Nada me preparou para estar ali. Não tenho em minhas mãos nenhum novelo de lã que eu possa enrolar novamente para encontrar a saída. Não tenho forças nem armas para lutar se acaso me deparar com o tal monstro que poderá devorar-me viva. Viva? Estou viva neste lugar? Talvez o monstro esteja lá fora. Aguardando meu retorno. Lá fora tem quem me espere? Estou presa no labirinto, muito confusa e com medo. Ainda não tenho forças para lutar! As pernas não conseguem se mover. Não tenho as asas de Ícaro e Dédalo para alçar voo e fugir do que me prende neste pesadelo.
Autora: Luciane Mari Deschamps