branco veleiro

Branco veleiro

Navegando ao sabor de ondas,ora suaves vagas,e,as vezes poderosas procelas,meu pequeno veleiro,cuja branca vela,resistia
a força dos ventos marinhos,rangia com seu madeirame frouxo e
singrava o temível oceano.
Levava,tão somente,uma pagina,escrita a mão,um poeminha capenga,
Um tanto bolorento com tantas palavras antigas de um poeta que permaneceu num passado distante,que não se envergonhava em dizer;”Bom dia,amigo,que dia lindo!Você viu a flor de manacá que abriu,hoje,pela manhã?Sabe,amigo,eu estou me sentindo feliz!”
E,completaria,dizendo;”Hoje,eu partirei,em meu veleiro,com destino a Portugal,levando este poema,para minha amiga poetisa!Hoje é o dia do amigo!
No terceiro dia,um pássaro que ´só conhecia em revistas,o Dodô,passou a me acompanhar,alçando vôos como se fosse um batedor guardião...
Ah!E vermelha estrela de Aldebaran,quão linda ela estava com seu fulgurante brilho carmim...
Cerrei,lentamente,os olhos e percorri praias distantes,isoladas onde o tempo,literalmente,parou...
Ouvi,o inebriante canto da sereia,que tentara Ulisses,e não o evitei!
Chegava,enfim aos Açores,onde o céu me presenteou com uma chuvinha prazenteira,a refrescar a pele amornada pelo sol de Portugal!
Minha amiguinha,separada alem mar,não esperava por um viajante de outro continente a velejar em tosco barquinho a vela.
Com o meu melhor sorriso,entreguei a folha amarrotada de papel,no que
minha emoção se converteu em lagrimas cristalinas,como as águas que,aos poucos,venci!
Nenhuma palavra foi dita,posto que o essencial na amizade é indizível.
Voltei ao meu veleiro e,parti...