OUTRA VEZ
Ergueu-se-lhe um altar....
Suas vestes adornadas com pérolas resplandeciam e o sorriso exaltava-se em castidade... Como manto seus cabelos desciam, parcialmente cobriam os seios, aninhava-se na cintura formando uma auréola de longas madeixas... Suspirou!
Eram gemidos que inundavam os poros, eram blasfêmias que ecoavam nos cantos... cachorro, filho da puta, me beija...!!!!
Ensandecida debatia-se e demarcava território pelo dorso... trilhas que manchavam a palma e o lençol, sangue púrpuro do sopro, das vidas de outrora, da saudade de eras, do apelo entalhado nas finas linhas que contornam os olhos.
A necessidade urgente de ser possuída contraia as nádegas, arqueava os quadris, umedecia os segredos, dilatava os vãos... Num ímpeto puxa-o para si, debatendo-se até as profundezas mais longínquas desse abismo inexorável... Ah! é puro deleite o brilho da lua, a via lactea que explode em milhões de estrelas, o frenesi que transborda milhões de decíbels.
Fixa-se no altar e seus olhos vislumbram uma prece... Ajoelha-se, está preparada!