UM DEDO DE PROSA NO CAMINHO DE CASA ...

Moço, estou vindo de uma cidade grande, onde passei muito tempo e, estou desacostumado das coisas daqui do Sertão...

SIM, esse mininu... MAS, a vida não parece a mesma coisa, tantu cá, quantu lá???

É que lá, tudo parece mais moderno... As pessoas vivem numa correria só... Imagine que sete e meia é um formigueiro só, de gente correndo para o trabalho e os mais jovens para a escola...

Ôxente, esse mininu... Aqui, as sete ora, a gente já istá é no cabu da inxada... Ôje mesmu, já atirei o leite das vaquinha, i istô aqui isperando u cumpadi Tumé que foi buscá o aradu na roça du vizin pru modi a genti trabaiá dereitin, a terrinha qui vai prantar...

Estou me acostumando com as coisas de lá, mas a vida aqui é que tem o que chamam de qualidade: Sossego, falta de correria, confiança...

Ôxente, essi mininu... Pois a genti aqui fica pensanu qui lá é qui é bão...

Triste engano, seu Moisés... Triste engano... Vocês estão enganados com a vida lá na cidade grande... As vezes tenho vontade de deixar tudo e voltar pra roça...

Ôxente... Ispia só... E a genti aqui pensano que a solução era essa??? I ôcê, cumpadi Josa sabi qui ôcê ia chegá???

Acho que sabe... Estou de folga e, pra chegar cedo, dormi na pousada do Sr. Jonas, lá na entrada do sítio... Bem, a prosa está boa, mas, deixa eu ir... Não quero tomar mais do seu tempo...

Ôxe, essi mininu, num tumô tempu coisa ninhuma... Lumbrança ao cumpadi e a cumadi...