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O Mar e a saudade

Não sei  explicar, mas me sinto bem quando contemplo o mar. Principalmente quando vou à praia, no meio da semana.Talvez por ouvir o que diz as ondas enquanto se aproximam do nascente ou poente.
A suavidade da música tocada pela brisa que escorre aqui bem dentro, onde a saudade apeia, me faz sentir o quanto aprendo com o ir e vir que observo e me encontro, e acabo me vendo sorrindo, amando, e divagando neste mar.Um mar que tantas vezes serve poesia, despe brumas de sais, veste sonhos, rasga o peito e perfuma o vento trazendo aromas do que foi e ficou perdido, jogado pelo tempo.
Bem, quem nunca visitou as paredes do tempo e nela encontrou memórias afetivas inesquecíveis, momentos tatuados de alegria, prazer, emoção ou até mesmo uma doce ilusão efêmera?!Se nunca visitou ou se não tem repertorio afetivo, provavelmente, deve ser porque passou pela vida e não viveu.
Mas se há rascunhos da vida, em folhas que o tempo apaga, por outro lado, há rascunhos que são revistos, vividos e que duram por mais tempo, antes de serem deixados para trás, assim como as ondas que beijam a praia e se encantam, se tocam, se deitam e deslizam suavemente na areia...
E em cada aurora brilha uma luz  que ofusca o que de bom ficou, antes que o dia termine e a lua desapareça.
Hoje, a exemplo, desenho esta linda paisagem do por do sol sombreando o mar, com as ondas abrigando rios, beijando a areia, encantando a vida e me levando até o que foi um dia.

                                                         
Antonia Zilma
Enviado por Antonia Zilma em 17/07/2011
Reeditado em 04/07/2014
Código do texto: T3100222
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