FRIO NA ALMA
Sensações estranhas percorrendo o rio vermelho das artérias, bombeando os componentes sanguíneos, entorpecendo. Alavanca cruel que ergue o grito soluçante, derramando um eco feio na garganta. Dor! Fino punhal rasgando sentimentos, aprofundando tormentos, cortando a lucidez da consciência.
De tanto amor me afundei na dor, porque insanamente deixei vibrar demais o coração. Nos escaninhos da sensibilidade, uma ferida aberta em chaga cruel e desumana. Desilusão! Amargo fel da bílis derramada, rasgando entranhas, chegando à alma. Alma encolhida, amedrontada pelo estrondo implosivo da ingratidão que desvirtua a chama inicial e perpetua o desamor.
Desistir? O desalento que me invade inteira empurra a seta nessa direção... Mas sou teimosa. Desistir jamais!