FRIO NA ALMA

Sensações estranhas percorrendo o rio vermelho das artérias, bombeando os componentes sanguíneos, entorpecendo. Alavanca cruel que ergue o grito soluçante, derramando um eco feio na garganta. Dor! Fino punhal rasgando sentimentos, aprofundando tormentos, cortando a lucidez da consciência.

De tanto amor me afundei na dor, porque insanamente deixei vibrar demais o coração. Nos escaninhos da sensibilidade, uma ferida aberta em chaga cruel e desumana. Desilusão! Amargo fel da bílis derramada, rasgando entranhas, chegando à alma. Alma encolhida, amedrontada pelo estrondo implosivo da ingratidão que desvirtua a chama inicial e perpetua o desamor.

Desistir? O desalento que me invade inteira empurra a seta nessa direção... Mas sou teimosa. Desistir jamais!

Giustina
Enviado por Giustina em 16/07/2011
Reeditado em 14/05/2015
Código do texto: T3099890
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