Severino E Seus Brasis
Severino e seus Brasis
Um rico cheio de corrupção,
Sonegação e assassinatos encomendados
Privilégios fartos!
Outro pobre, cheio de “defeitos”.
Sem educação sem perspectiva de vida,
Sem emprego, sem renda, sem alimento...
E Severino... Senhor, poeta, inquieto...
Por ver problemas sociais.
Queixumes em versos e prosas
Era o seu jeito de externar indignação política.
Severino, moço noviço, às vezes rebelde...
Tinha um amor: a doce e meiga Aurilene.
Singela, atenciosa, terna e nobre de educação.
Severino falava muito sobre ela
E pretendia ter um filho e toma-lhe como esposa.
De vez em quando Severino pegava o violão
E dedilhava e sonoricamente compartilhava
O seu amor com o instrumento.
Ele mal sabia ler e escrever, mas aprendeu
Ouvir e falar do Poeta dos Negros
Então ele, quem dera, pesquisou na grande rede navegou
Mais veloz que o próprio vento que empurrava as caravelas
Mas o sistema o condenou e Severino foi caçado,
Preso acorrentado, torturado e humilhado.
Pelo seu jogo de palavras que conquistava ouvidos e abria olhos.
-Quem são os seus Brasis? Como eles são?
O que eles querem? O que propõem?
Você não é patriota Severino?
Quem está no comando agora?
Severino sábio com as palavras calou-se
Sem entender o que havia acontecido
E por que estava acontecendo tanta barbaria com sua pessoa!
-Meu Deus eu não sabia que palavras feriam tanto assim o ego alheio!
Não sabia que por querer fazer o bem eu seria perigoso!
Mas, me farto de esperança de minhas palavras fazerem efeito!
De repente ouvem-se gritos!
Soltem Severino! Soltem Severino!
Soltem Severino! Soltem Severino!
Soltem Severino! Soltem Severino!
Seus olhos embaltados de lágrimas pela emoção que tomara seu coração.
Severino alegra-se, mas sabe que é difícil ouvirem o povo.
E mais um acoite, depois a vitória parcial e Severino sai do seu cárcere
E regressa com seu amor para seu leito familiar.
Mas chega o dia em que, encurralado por cavalos.
Montando cavalos o usurpam sua vida!
Ouvem-se os gritos de Aurilene:
Mataram! Mataram! Mataram!
Mataram meu poeta, meu viver!
E ele que tanto amava essa pátria gentil!
Ele tanto que defendia seu povo amado!
E esses Brasis condenado o condenou!
Por quê? Pra quê? Em nome de quê?
Meu amado só queria saber quem nos faz sofrem!
Agora que tenho sua semente em meu ventre
Não sei o que fazer!
Severino eu sempre vou amar você!
Carlos Atelson, 28/04/11