POEMA DA DESPEDIDA (Vamos Tomar Café ?)
Meu corpo já sem os sinais que lhe davam vida
Outrora por entre o povo que como meu corpo
Nessa vida vivida junto dele se fazia mais vida.
Se a viagem que a vida me destinou
Sem pagança da passagem porque por ela não se cobra
A comissária de bordo sempre lembrada chega e dá sua graça.
E o passageiro que essa viagem não pode evitar
Vai de primeira classe porque ali todos são iguais
E a comissária que a todos recebe com sorrisos
Embala como uma mãe no colo o rebento em caprichos.
E a maciez com que recebe o presente pela vida entregue
Deixa para todos o recado que voltará mesmo que a renegue
Porém, como boa moça que é e de educação aprumada
Não chega pra visita sem ser convidada.
E dessa falação que mais parece lamento
Só posso afirmar que não é disso que se trata
É apenas a constatação que é chegado meu tempo.
Então, aos que ficarem apenas uma observação
Se assim podem me conceder esse direito
Sou a todos gratidão
Não quero choro nem vela
Peço somente que tomem
Em memória, se posso exigir
Que tomem café com canela, tim tim