Anjos E Demônios
Acordo assustada com o som de vozes desconhecidas a gritar dentro de mim.
Crianças, poetas, bêbados, donzelas desprotegidas, prostitutas, anjos, demônios... Inúmeras personagens povoam minha mente.
Nesta convivência caótica e perturbadora, impossível saber a quem obedecer e dar ouvidos.
Tamanha balbúrdia me deixa tonta e enjoada. Todos falam ao mesmo tempo. Eu não quero ouvir sobre sonhos infantis que ainda suplicam para serem realizados. Não quero saber sobre solidões mal curadas nem sobre lamentações de amores fracassados. Não permito que acordem os desejos mais sórdidos e secretos que guardo no porão da minha alma. Não...não...não. Ordeno que se calem e me deixem em paz!
Meus visitantes respondem com risadas altas e deboches.
Fico irritada e quase perco o controle. Satisfeita, a loucura vem me espreitar com um sorriso nos lábios, mas sou arrogante o suficiente para não deixar que me vença.
Respiro fundo e me acalmo.
As conversas mudam de rumo e de tom.
Quando percebo e aceito que sou todos os que falam em mim e, ao mesmo tempo, nenhum deles, o silêncio se faz presente. Minha singularidade me distingue e me protege. Estou a salvo.
Agora posso voltar a dormir.
Boa noite.
Acordo assustada com o som de vozes desconhecidas a gritar dentro de mim.
Crianças, poetas, bêbados, donzelas desprotegidas, prostitutas, anjos, demônios... Inúmeras personagens povoam minha mente.
Nesta convivência caótica e perturbadora, impossível saber a quem obedecer e dar ouvidos.
Tamanha balbúrdia me deixa tonta e enjoada. Todos falam ao mesmo tempo. Eu não quero ouvir sobre sonhos infantis que ainda suplicam para serem realizados. Não quero saber sobre solidões mal curadas nem sobre lamentações de amores fracassados. Não permito que acordem os desejos mais sórdidos e secretos que guardo no porão da minha alma. Não...não...não. Ordeno que se calem e me deixem em paz!
Meus visitantes respondem com risadas altas e deboches.
Fico irritada e quase perco o controle. Satisfeita, a loucura vem me espreitar com um sorriso nos lábios, mas sou arrogante o suficiente para não deixar que me vença.
Respiro fundo e me acalmo.
As conversas mudam de rumo e de tom.
Quando percebo e aceito que sou todos os que falam em mim e, ao mesmo tempo, nenhum deles, o silêncio se faz presente. Minha singularidade me distingue e me protege. Estou a salvo.
Agora posso voltar a dormir.
Boa noite.