Artíficie de mãos calajedas

Artíficie de mãos calejadas

Como ferreiro que manuseia

O cadinho para forjar da pedra o ouro

Tenho os olhos cansados da exposição

Aos raios nocivos de um sol que não se põe.

As letras para formar palavras eu procuro

Como quem busca o impossível, assim faço poesia

Mudar realidades, acordar quem dorme em bom descanso

Palavras que juntas formam um unvierso,

E, como alquimia dão luz à outra ideia, a outro verso.

É mesmo mágica esta ilusão criativa

Onde sem pensar a próxima palavra

Surge da página em branco uma ideia vigorosa

Sem rima, sem fórmula estética, assim escrevo a prosa.