envelhecer
há um silencio
em torno de tudo
quando mais silencia
mais o ouvido se afina
a espera de um sopro
de uma palavra
uma dica
sobre a razão de existir
eterno discurso
existencialista
quem sou
a que vim
qual o sentido da vida
as paredes são pedra
o teto uma imensidão azul
a mente não é livre
o relógio não pára
indica a hora do despertar
desenlaçar
desdobrar
desatar o nó da vida
velho
velha
ser não eterno
céu e inferno
que assustam
o tênue cordão prateado
que liga este universo
ao portal da outra vida
pálida ruptura que mostra os seus contornos
haverá tempo ainda
de me tornar uma pessoa melhor