Querida Deusa Viking
Uma suspeita do passado.
08-03-2006 (Uma homenagem que te faço pelo dia Internacional da Mulher).
Hoje, a música me transporta para ti de uma forma nunca antes experimentada.
É uma saudade que me devora, transportando-me para um passado, no qual vivíamos como se fosse num paraíso.
Isso é uma intuição muito forte em mim, nada acontece por acaso.
Lamento não estar ao teu lado, sei que ainda lembras de tudo o que foi então, sabidamente o passado nos envolve com o seu manto misterioso.
É difícil esquecer os sonhos comungados, os anseios que nutríamos, a vida passada que por certo tivemos.
Tudo, tudo se esvaiu como as nuvens passageiras que acompanhávamos em silêncio nas horas mortas cheias de indefinições, antes da minha reencarnação.
Os teus olhos marejados em lágrimas quentes, eu as sorvia como um louco naquela despedida, quando abraçados soluçávamos como crianças, sob o açoite das decisões imponderáveis que, de pronto, iria nos separar como de fato nos separou.
Onde tu estás ó deusa Viking, minha metade, meu Anjo, minha linda mulher, porque tivemos que nos submeter a esse destino frio e cruel?
A vida aqui neste planeta é muito complicada.
Agora eu sou matéria, uma composição química que fica doente e sente dores e, assim, me transformaram num pobre mortal.
Quero ainda te encontrar meu girassol humano, e no teu sorriso esquecer as minhas duras veleidades.
Vou te esperar, eu sei que virás, pois temos que dar continuidade ao nosso amor.
Amor, porque tu partiste nas asas prateadas daquela máquina voadora, ela alçou vôo e para sempre te perdi.
Eu pensava que era uma máquina voadora, mas eram os Anjos que te levavam para longe de mim no túnel do tempo.
A minha vida te espera com o seu sorriso estabelecido, à espera das tuas carícias.
Lembras daqueles afagos que me fazias, quando passeávamos pelos jardins imponderáveis, longe dos olhares doentios dos humanos?
Ah, como eu te quero, minha loira vestal!
Tenho saudades do teu cheiro, das tuas carícias, do teu olhar e das tuas mãos fofinhas, qual polvo faminto, mas meigas e macias como as de um Anjo.
Adeus meu Anjo desertor, minha trânsfuga miragem endeusada, eu vou te esperar aqui neste planeta cheio de solidão.
Eráclito.