CERRADO

É no cerrado em esparsas verdes matas

Que o boiadeiro canto seu aboio e chama o gado

Em ziguezague procura a desvencilha do garrote em fuga

E lança o laço ao pescoço gado.

É o garrote já dominado e em patas em laço

Nada já pode nem mugir o suplício em socorro negado

É na Caatinga que faz o homem do sertão

Bravo qual soldado em batalha em terras estrangeiras

E o garrote já dominado espanto não causa

E o boiadeiro à pela seca de sol a pino

O gibão feito de grossas camadas, não rasga.

Nada espera do destino o bravo sertanejo

Também não desiste da sina que a sua frente está

Porque é no sertão que se confirma sua vitória quando a cabaça

Traz a água faltosa em terra seca do sertão

Que se encontra no macio caule do mandacaru

A resistente planta que feito bica guarda a água, o ouro líquido

Assim é o bravo sertanejo que nem cavalo xucro dele escapa.