APENAS HOJE

Quero ver-te ainda hoje, meu querido,

Pois o amanhã é incerto e impreciso

Quero poder te dizer doces palavras

Antes que a lança dilacere minha língua

Antes que as pedras me alcancem na esquina

Antes que eu pereça a caminho do destino.

Só hoje quero ver-te, meu querido,

Pois amanhã é certo que estarei cega,

Estarei muda e não ouvirei tuas súplicas

Esquecerei de mim, de ti e do que fomos,

Nada serei e nada serás para mim, também,

Estarei louca, perdida, presa numa cela.

Cela da prisão do esquecimento

Templo do bem, do mal e das vãs promessas,

Onde um fino véu negro e corroído

Apagará de vez nossa odisséia idílica

Separando o ontem do amanhã

E apenas hoje nos resta ainda

Franz Znarf
Enviado por Franz Znarf em 08/07/2011
Código do texto: T3083484
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