[A Metade Amorosa de Nós]

[Para você — é claro!]

Metade — quantos sentidos carrega esta palavra...

Quantas metades vagueiam pelas esquinas,

pelas ruas, pelos bares, pelos espaços vazios,

perdidas das correspondentes metades...

Metades assim, sôfregas de completude!

Metade — atroz é a perda da metade

encontrada no acaso de uma circunstância...

E mais do que doloroso é ver adoecer,

colada ao nosso corpo, à nossa vida enfim,

aquela que um dia foi a metade sonhada...

Metade — o espanto... o aturdimento

na busca de metades sonhadas,

ou no devaneio de metades sonhadoras,

perdidas... o olhar esquecido no nada!

E no entanto, a metade separada de nós,

e oculta do nosso olhar, anda pelo mundo,

perdida nalgum lugar, em algum tempo...

[Metade amorosa — ah, essa idéia,

essa imagem poética assim banal,

de tantos e tantos séculos viajada,

mas nunca desgastada ou esquecida!]

[Penas do Desterro, 08 de julho de 2011]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 08/07/2011
Reeditado em 08/07/2011
Código do texto: T3082756
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