VELHO MEDO DE AMAR
Sozinho, sigo a curva do teu corpo adormecido,
Trôpego do quase despertar para a vida,
E o medo me aconselha a fugir para longe
Do desespero de te perder logo agora
Que decidistes ficar e fincar tua âncora
No fundo da minha alma perdida
Nunca quis nem pedi que ficastes,
Não permiti que penetrastes nas veias do meu coração.
Coração velho e cansado de nada querer da vida
Seguindo sempre solitário até que viestes tu, querida
Querendo habitar todos os poros da minha pele
Fazendo-me ver que é verdade as coisas que dizem do amor
Mas não quero, não suporto te ter assim tão invasiva
Mandando em mim e de mim fazendo de tudo e de nada
Nada quero e tudo peço, peço pois que vás embora
Deixa-me só, não demoras, pois é chegada a hora
De voltar à solidão, tão calma, tão cometida
Amiga vil porém fiel deste velho coração