VELHO MEDO DE AMAR

Sozinho, sigo a curva do teu corpo adormecido,

Trôpego do quase despertar para a vida,

E o medo me aconselha a fugir para longe

Do desespero de te perder logo agora

Que decidistes ficar e fincar tua âncora

No fundo da minha alma perdida

Nunca quis nem pedi que ficastes,

Não permiti que penetrastes nas veias do meu coração.

Coração velho e cansado de nada querer da vida

Seguindo sempre solitário até que viestes tu, querida

Querendo habitar todos os poros da minha pele

Fazendo-me ver que é verdade as coisas que dizem do amor

Mas não quero, não suporto te ter assim tão invasiva

Mandando em mim e de mim fazendo de tudo e de nada

Nada quero e tudo peço, peço pois que vás embora

Deixa-me só, não demoras, pois é chegada a hora

De voltar à solidão, tão calma, tão cometida

Amiga vil porém fiel deste velho coração

Franz Znarf
Enviado por Franz Znarf em 07/07/2011
Reeditado em 07/07/2011
Código do texto: T3081661
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