Na própria Sombra
Foi quando vi a verdade, que senti vontade de endoidar,
Idéias assassinas surgem quando a verdade é a realidade.
Pior e bem cruel, uma vontade de sumir,
Bater no mundo, quebrar estúpidos, rasgar idiotas.
Ai, eu medonha?
Quando?
Quando do passado surgem espectros que te riem,
Batem à tua porta com caras de monges, com caras de bundas.
Foi sem fugir da ética que caí no poço,
E bem perto das crenças foi-me ofertada a outra face,
Mas de quem?
De quê?
Toda a abundância se faz inútil,
Quando, pobres e solitários, morremos.
Com todo orgulho, que me perdoe a estupidez,
Fiz do pranto minha fuga,
Fugir de quem?
Até quando?
E vagarosamente sentei-me na própria sombra,
Amassei todos os passos, lerdos, curtos, tortos, apressados.....
Fiquei a ignorar a vontade de endoidar.
Nem mais em assassinatos pensei,
Porque monges e caras de bundas
Fizeram o que fiz:
Sentaram-se na própria sombra.