Sequoiadendron (ou Wellingtonia)

"Oculi sunt in amore duces.
Olhos que vêem, coração que deseja.
The eye lets in love.
L'oeil est le conducteur de l'amour.
El amor entra por los ojos.
L’occhio attira l’amore."


O olho direito cada vez mais inflamado. Pus e lágrimas. Não conseguia ver os vestígios nas vasilhas, os colaterais das bulas e nem mesmo os frisos dos lençóis.
Do esquerdo era cega.
Sem colírios, colocou os óculos escuros. Foi ao médico. Diagnóstico: uma semente. Absurdo: de sequóia gigante.
Viera voando no viés do vulto do vento.
O pior era que brotara e criara raízes: sutis veias alheias. As chantagens dele e as súplicas dos meninos foram inférteis. A possibilidade da imensidão a tombou, mas, humilde, deixou-se ser terra e húmus. Nas têmporas, vasos volumosos ramificavam atemporais. Cresceu tanto que rompeu portas e janelas até se erguer dilacerando telhas coloniais. Dos sulcos profundos, chorou suco de seiva. As nuvens se derramaram em lágrimas. Indestrutível, romperam túnel em suas bases, agora barreira terna transposta. Mas quem olha pra cima a vê.
Eterna.

Wellington P. Coelho
Well Coelho
Enviado por Well Coelho em 06/07/2011
Reeditado em 06/07/2011
Código do texto: T3078723
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