COLISÃO
Abusando de sua doce inspiração, embriago-me com meus pensamentos de poeta. Até o momento último, não acreditaste nesta minha virtude. Mas digo-te, anjo que me inspira, tu fazes aflorar de minha alma os versos que componho e interage sem saber nestas horas.
Tens dentro de si o dom de ser inspiração. Como as musas dos grandes poetas, tu és para mim fonte de desejos e idéias concretas, que me impulsionam a registrar cada pensamento que surge do interior de meu ser.
A expressão luminosa de teus olhos tecem em mim os sentimentos espontâneos que caminham da mente aos braços, mãos e pontas dos dedos, que suavemente fazem o deslizar da caneta sobre o papel, tornando o ato simples de escrever em um transe sobrenatural e irracional. Mas do que me adianta explicar-lhe o que representas? Se os meus olhos inquietos insistem em sublinhar as palavras sensatas e brilhantes que sempre me dizes quando sua alma/razão colide com minha alma/emoção, numa guerra sem fim entre os distintos mundos. Talvez estejas mesmo certo. Não sou poeta.