O Semeador

O semeador tinha mãos calejadas, sofridas e cansadas.

Todos os dias ele contemplava a nascente do sol e o poente caminheiro.

Aos poucos conhecia a Geografia observando a natureza.

Aprendeu também, qual era a estação propícia para a semeadura.

Tanto se encantava com a beleza da lua, que percebeu sua influência no plantio.

O dia tão esperado chegou, ele acordou antes do romper da aurora.

Hauriu o ar puro e limpou os pulmões.

Lembrou-se do cigarro e fez trejeitos com as mãos e os lábios, como se tivesse fazendo um cigarro de palha.

Desistiu e pensou: “Como é difícil vencer o vício!”

Sua vontade prevaleceu e o cigarro esqueceu.

Nesse ínterim, atrás do monte o sol raiava majestoso, deixando-o comovido.

Era o momento que o campo lhe convidava, oferecendo um grande banquete.

A deusa da agricultura estava presente, intuindo-o.

Não perdeu tempo e seguiu uma trilha, em minutos seus pés sentiram a maciez da terra.

Suas mãos calosas afagaram as sementes como pérolas.

Aliou sua voz de benzedor a uma semeadura cheia de amor, entregando de coração à terra fértil o seu tesouro.

Dias passaram...

Numa manhã primaveril, a vida desabrochou diante do seu olhar contemplativo.

Lá estava ele, o semeador de vida simples deleitando sua alma de felicidade.

A sua trajetória fez com que ele conhecesse a Natureza em sua plenitude...

magda crovador
Enviado por magda crovador em 03/07/2011
Reeditado em 03/07/2011
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