A fugir de mim.

Sendo a vida este barco à deriva

Navegando sem destino a cais ou porto

Passageiro que sou desta miragem

Não me canso de olhar para este aborto.

Não há praia distante nem descanso

E o remanço do mar bate de açoite

Nesta frágil embarcação que me carrega

Sobre as ondas de ilusão e de alvoroço

Sou a sombra de um fastasma esquelético

A fugir de um deus de carne e osso.