Cantares - II (Das nascentes...)

Não me dou por exilada

diante de poentes,

porque minha alma

é um cisne preguiçoso,

e puros são meus olhos,

e meu canto é teimoso.

Minhas asas tornam-se mais fortes,

à medida dos meus vôos

mas não me estendo sobre a treva,

nem persigo, em círculos,

luzes bruxuleantes na noite...

É no silêncio interior

que restauro as reservas dos meus sonhos,

e que, ao anoitecer, disperso vaga-lumes

para iluminar minhas veredas.

Meu coração está dançando

como o vento por sobre as águas.

Na ronda de um invisível céu,

é que, infinitamente,

destilo luz dos ocasos.

(Direitos autorais reservados)

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 01/12/2006
Reeditado em 26/12/2010
Código do texto: T307097
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