Meu Paraíso é Você

Um copo de absinto, misturado com antidepressivos e sedativos leves. Será que meu Amor vai me aceitar como sou? Será que ela vai me perdoar pelas coisas que poderei magoá-la? Sinto-me tonto. Meu corpo está pesado, mas a idéia de perder quem tanto amo é mais forte do que meu corpo, minha vontade e racionalidade. Esta é grande depressão e tristeza que os historiadores mais renomados jamais poderão escavar, conhecer, e principalmente entender.

Tantos apartamentos eu visualizo da janela de onde estou. Olho para o céu vazio de esperanças, mas eis que você surge meu amor: cada estrela é o fulgor de teu olhar; o arco-íris lembra-me teu corpo suave, macio, quente, tão hipnótico que eu poderia passar o resto de meus dias de vida a te contemplar, a te louvar meu amor diante da beleza inexprimível que tu és. Eu te amei sem nunca ter te tocado. Eu não te amei no tempo pretérito. Eu ainda te amo, e busco dentro de mim analisar e investigar todos os motivos, razões, toda a minha psique, todas as minhas teorias, e concluí que nada disso é relevante.

Amar-te é tudo, e cada parte que pulsa com tanto vigor dentro de minha alma. Se te consideras pequena metaforicamente e palpavelmente em tua mente, digo-te que tua alma é mais vasta, misteriosa, cativante e riquíssima do que o Universo.

Não vou mentir. Meu maior medo é te magoar, contudo eu sei que sempre há conflitos em todo relacionamento que deseja realmente se solidificar, florescer acima das nuvens com suas raízes adentradas na dor, nos receios, nos traumas, nos sofrimentos, nos sacrifícios. Mas alimentar esta árvore que cultivo em mim vale a pena, porque você meu amor vale a pena, porque és o meu universo que pouco ainda conheço, (mas quem na verdade se auto-conhece plenamente?), és o meu universo que jorra e cria novas sensações, idéias, alegrias e sentimentos galácticos e cosmogênicos que tanto há em mim, como penso haver em ti minha linda flor lírica.

Outra dose de ab-sinto, diazepam e rivotril misturados. Isto não é álcool. Eu bebo diariamente o teu amor, não platonicamente, porém teu amor é real, muito mais real do que estas palavras que escrevo e esta bebida que se ingere em meus lábios; teu ser e tua alma são muito mais concretos do que a cidade de Veneza. Você jamais me machucou. Você me despertou para a Vida, para novos sóis e horizontes que ultrapassam os oceanos do desconhecido que nos causa tanto medo e dúvidas. Você é o verdadeiro bálsamo curativo de minha alma tão esquartejada por mim, por outros, por ilusões infiltradas em mim, pela sociedade com seus manuais de regras ridiculamente obsoletos, menos, é claro, por você meu amor, porque Eu te amo. É isto meu amor, não irei mais discorrer de forma filosófica, psicalítica, ou qualquer outro ramo da ciência que nós criamos. São apenas três palavras que me dão força, que são a minha força, o meu céu paradisíaco neste mundo infernal, e estas três palavras são unicamente: EU TE AMO.

Você sabe que é você de quem estou falando. Na verdade, de nós. Não sei se o amor é real, irreal, uma ficção, ou qualquer outra coisa que se possa definir. Quem sabe o amor seja isso: indefinível, e por isso mesmo tão contagiante, perigoso, cheio de energia e armadilhas, mas também de força, beleza, expectativas, brilhos que vão e vêm. Droga! Já estou me contradizendo caracterizando o indefinível. Mas eu te amo meu amor, e ninguém, e nem eu, nem Deus, nada poderá negar, inverter, mortificar, deteriorar este amor inefável que compõe cada célula, cada neurônio, cada passo de meus pensamentos por você minha flor primaveril gorjeada por todas as estações e constelações da vida.

Quem é ela? Ela é a Beleza que Platão e Kant cogitaram terem visto, compreendido, mas eles, como os demais, ainda estava longe dela, ainda cegos em seus narcisismos ideológicos e conceituais, pois foram meus olhos e todo o meu ser que viram-na antes que eu nascesse, e já no útero de minha mãe eu já a amava com toda a profundidade que um ser profundo e único é digno de ser amado.

Meu único céu onde quero sempre estar imerso é o teu coração meu amor.

Gilliard Alves

Fortaleza, 30 de Junho de 2011.

11h10mi

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 30/06/2011
Reeditado em 30/06/2011
Código do texto: T3066340
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.