FLORES
(Sócrataes Di Lima)
Belas flores,
No toque poético que a alma versa,
É a poesia e seus odores,
Que o coração atravessa.
Corta o sentimento no fio da navalha,
Cicatriza o querer que nunca falha,
Queima e arde diferente do fogo de palha,
É como o braseiro que o vento espalha.
Flores do jardim que eu plantei,
Longe dos olhos do impostor,
Como o mais belo quadro que já pintei,
Repinta e colore o meu amor.
E os perfumes que delas exalam,
No suave toque do orvalho,
As mãos são vozes de calam,
E fala a poesia que espalho.
Essas flores são de Maria,
Pintadas em versos todo dia,
E não há quem macule a alegria,
E nem despinte as flores a poesia.
Tolo é quem pensa que pode,
Calar a voz da poesia,
Ao contrário, ela explode,
E se deita em flores, no colo de Maria.