Viver Inverso

Veio um tal de Manuel e fincou a Bandeira:

-Eu faço versos como quem morre!

Já eu, meu Deus, vivo de modo inverso,

Vivo como quem vive em verso,

Vivo quando escrevo e vivo o que sou,

se faço verso de bebedeira,

sou verso de bebedor,

Vivo, meu Deus, mas não sei quem eu sou,

se meu verso é um sonho,

sou verso de sonhador...

Falo aos quatro ventos das dores as quais sou,

se eu amo pelos versos

então sou versos de amor

Perdoe-me Manuel, se lhe digo uma bobagem

pois diga a Deus no céu,

que sou poeta mendigo,

sem eira e muito menos beira,

À vista deste mastro em riste

é que tenho minha sina:

Eu faço versos como quem vive

aos pés de sua Bandeira.

Siriba
Enviado por Siriba em 25/06/2011
Reeditado em 19/09/2011
Código do texto: T3055817
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