(Memoriais de Sofia/Zocha)

                        

                                 
                Chaves guardadas sob as mãos dos  sete candeeiros...     Zocha corria os olhos sobre os fragmentos da Aldeia que levitavam. Havia uma escrita nova em cada parte e tudo recobria-se de novas floradas.
           Cada  coisa parecia acontecer  da multiplicação de si,  de sua ínfima partícula, a luz não se propaga retílinea,  difrata- se...
                
             A  cada fragmento infinitos vasos sob o tempo e o vento de  Osíris.
  
Havia um mapa na pele  do vaso daquela Aldeia e na pele das coisas, as  aves renasciam de suas grutas feridas, ovos de  gabirobas deitavam folhas nas rosas-pimenteiras de seus lírios de  sangue... 

                    Zocha ouvia da  acústica daquelas ressonancias, as coisas brotavam do fundo escuro do vaso e  cada estilhaço de fragmento pulsava,  as coisas ressoavam ,ramificavam os glânglios dos rios!
             
               Ela abriu a janela e catou uma porção de azul  das Gralhas para plantar o dia, antes que o crepitar da noite chegasse,  girassóis escreviam das penas...

www.lilianreinhardt.prosaeverso.net/visualizar.php