Ando por uma estrada

Ando por uma estrada rumo ao poente

Deitando palavras como sementes.

De olhos abertos, sentidos atentos.

Colhendo versos, alinhavando pensamentos.

- Uma rima meu senhor prá botá verso!

No esforço que brota das entranhas.

Constante esforço a entortar o corpo.

Persistente caminho rumo ao poente,

Alçando ao vento punhados e sementes.

As memórias como quadras de campo

Vagas distâncias, pingados de amarelo.

Esperança no eterno e singelo campo,

Que da semente alçada, siga a vida.

Contar façanhas de memória.

Encolher da historia só nostalgias.

Arremessadas pela magia do verso,

No vento soprado de uma rima.

Fazer da estrada mais do que sina.

Um andar solvente.

Ao encontro da escuridão,

No final do poente.