Fazer amor
Amar nos faz bem, nos torna adultos. É quando soa com mais força a hora da verdade. É quando se torna impossível esconder-se atrás dos pára-ventos, das idéias preconcebidas, das leis feitas, da ordem constituída.
Tudo é questionado pelo amor. Repensado, julgado à luz de uma nova tomada de consciência. Amar é assim! Acima de tudo, há uma descoberta a refazer, um ponto fixo a estabelecer, um encontro a efetuar, uma doação-posse a consolidar: o amor é uma realidade pessoal, que brota da convicção e necessidade de encontrar-se, de ter o próprio espaço de solidão e interioridade com o outro que se ama, fixando o olhar num alto e sedutor ideal. Amor e comodismo, não se combinam.
Deixar-se amar pelo amor, é o segredo.
Amar deixando-se amar nos torna mais transparentes por uma capacidade de conceber uma hierarquia mais profunda de valores e passamos a sentir-nos capazes de falar do passado, presente e futuro sem intérpretes.
O querer dar-se, este impulso inexorável do ato de amor, nos torna mais generosos, mais ativos, mais sedentos na busca de saciar a fome de amor do outro. Sem egoísmo, prepotência ou traição.
O amor não cansa e nem se cansa!
Deixar-me amar por minha amada... Em atitude amor e de serviço. É quando o amor equivalerá a estar, ou melhor, ainda a querer estar muitas vezes e a sós com a amada que sabemos que nos ama. É este ato inicial da vontade – o querer estar – que determinará se fazemos ou não fazemos amor.