BAILE DE SOMBRAS E LEMBRANÇAS
 
            Pois les digo, foi bem assim: Ela bailava em minha memória como bailam as andorinhas em bando num dia de verão. Seu corpo esguio rodopiava em minha retina, fazendo-se parecer o remoinho de todas as lembranças e experiências. E eu ali, estático, sonhando tocar ao menos as pontas de seus longos cabelos. Ela falava e eu apenas ouvia, ouvia e olhava seus lábios imaginando tocá-los. Até que ao me despedir sua boca quase tocou a minha, fazendo-me lembrar de momentos iguais esquecidos no tempo, outras promessas. Entre a esperança e a realidade surgia uma manhã de sol e uma noite de estrelas, límpidas como o horizonte, que se anunciava mais perto que a realidade. Seguiram-se promessas, medo e descompasso. Razão e emoção a se confrontarem em todos os momentos, A escuridão trazida pelo tempo e a  distância foi aos poucos apagando o brilho das estrelas e fez do sol um ponto insignificante no horizonte. Mas, porque diabos ela não deixa de bailar em minha memória.

Sarrafo
Enviado por Sarrafo em 21/06/2011
Reeditado em 21/09/2011
Código do texto: T3049444
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