Felicidade? Como assim?
Trabalhava durante o dia, estudava a noite. No trabalho era um baixo operário, nos estudos o esforço diário.
Sua casa de paredes caiadas, coberta de folhas de zinco e piso de vermelhão. No quarto a cama, e uma janela veneziana amarrada de fio de arame para guardá-lo da escuridão. Na cozinha tinha mesa, cinco cadeiras, geladeira e um pequeno fogão.
Durante os dias, arroz e feijão, no domingo macarrão.
Daqueles tempos de menino, veio consigo a capucheta e o jogo de botão, a bola do campinho e a cicatriz na cabeça do dedão.
Tinha muita fé e compaixão, fez muitos amigos, quase uma multidão.
Pai, mãe, e irmão, faziam parte da família, paz, saúde, e união.
O tempo passou..., e este não faz jargão, daquele tempo difícil, hoje não tem mais não! Agora tem carro e casa com piscina, uma tremenda mansão, mas de tanta provisão começou a cair em depressão.
Não rezava nem mais pra São João!
Implicava com a pasta na pia, com a roupa que vestia e até com a fartura em que vivia. Do casamento fez poligamia, e como a coisa parecia que não ia começou a fazer terapia, mas ainda assim nada se resolvia.
Num certo dia lembrou dos tempos em que sofria de pés no chão, chorou a exaustão... Sentiu quão DEUS lhe foi seu PAI, AMIGO e IRMÃO, pois cada sonho e pedido, tudo lhe fora atendido.
E naquele dia em que se sentia arrependido por tudo que fazia, lhe veio à transformação, assim..., de supetão! De mãos postas e terço na mão foi todo coração, e nessa sua nova visão chegou a uma grande conclusão.
“O homem sonha como Ícaro e luta como um leão, porém,
Quando esta com tudo na mão, não valoriza sequer uma opinião.
O ócio em função de tal situação alimenta sua ilusão,
E nessa razão, esquece o beijo, o abraço, e o aperto de mão...
Perde a compostura, e por fim, a educação.”