Fúria

Quando o tempo não passa

E tentamos entender

Por que não controlamos nosso tempo

Como gostaríamos

Inutilidade humana, despojos de angústia

Viver sob a lâmina do desespero

De nada poder fazer

Pela própria evolução

Espírito fraco, sangue fervente

Reluz tudo, não tem nada

Perfeito engano para com seus queridos

A febre incessante de se achar perfeito

Braços e pernas imóveis, pelo medo se errar

Cérebro paralisado pela fome de refletir

Algo limpo, palavras dóceis, atitudes boas

Mas nada que seja o ideal

Ser humano sujo, prepotente

Dono de feitos maléficos

Carne podre de pecados

Ácida... Áspera... Amarga...

Quando não faz nada fere as pessoas por incapacidade

E se faz, as machuca por cruel ambição

Eterna condição de ceifador de corações

Inocentes ou não

Mesmo que ame, mesmo que chore

Ainda é vil, ainda é diabólico

Mais do que feito de carinho e ternura

É feito... De fúria...

kurannymercurium
Enviado por kurannymercurium em 21/06/2011
Código do texto: T3048763
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