Fúria
Quando o tempo não passa
E tentamos entender
Por que não controlamos nosso tempo
Como gostaríamos
Inutilidade humana, despojos de angústia
Viver sob a lâmina do desespero
De nada poder fazer
Pela própria evolução
Espírito fraco, sangue fervente
Reluz tudo, não tem nada
Perfeito engano para com seus queridos
A febre incessante de se achar perfeito
Braços e pernas imóveis, pelo medo se errar
Cérebro paralisado pela fome de refletir
Algo limpo, palavras dóceis, atitudes boas
Mas nada que seja o ideal
Ser humano sujo, prepotente
Dono de feitos maléficos
Carne podre de pecados
Ácida... Áspera... Amarga...
Quando não faz nada fere as pessoas por incapacidade
E se faz, as machuca por cruel ambição
Eterna condição de ceifador de corações
Inocentes ou não
Mesmo que ame, mesmo que chore
Ainda é vil, ainda é diabólico
Mais do que feito de carinho e ternura
É feito... De fúria...