A mim e a mais ninguém
A menina, mulher, moleca, meio gata, que passa as costas em qualquer lugar, pega carinho e nunca devolve. O que sobrava sempre era um grande arranhão que logo ela tratava de esquecer, mas quando se repetia a mesma cena, sobrava só desprezo e não há coisa mais triste que o desprezo por si mesma. Gata ferida que disfarçava as garras fazendo mimos, fingindo algum tipo de carência ou sentimento, mas era amor dedicado a si mesma. Quando teria coragem de mostrar os dentes? De deixar que sentissem raiva dela e não pena? Porque olhando assim de longe era o que se sentia por aquela menininha desesperada que mete os pés pelas mãos, pena. Não deveria mais restar perdão.