Vamos Bentinho, continue seu café!
Foi teu o meu amor...
Promessas juramos...
Infância compartilhamos....
A minha verdade, Bentinho, durante uma vida foi a tua,
Mas agora apedreja tão nobre sentimento.
Ah! Meu Deus! Meu coração sangra!
Reclama teus dizeres.
Se traí a tua confiança
Que cesse a luz do sol que hoje me tomou o rosto!
Mantenha essa verdade se ela mata tuas dúvidas.
Ao que me parece, meus beijos não foram suficientes;
Meus olhares não foram tão marcantes como havia me dito.
Enganei-me com tua simplicidade e beleza...
Enganei-me com a amizade que esbanjávamos...
Ah...!
Que queime o meu corpo...!
Que profanem o meu túmulo...!
Que batam em meu peito todas as angústias;
Todo o medo que um dia habitava teu peito;
Todas as tuas dúvidas.
Quero perder-me no tempo caso tenha traído a tua confiança;
Caso tenha desrespeitado a aliança que nos envolve.
Mas, se lhe convém pensar assim, pense!
Quem sou eu para convencer-lhe do contrário?!
Pra ti é cômodo... É conveniente!
Esperei nada mais que lealdade,
Mas em ti não encontrei... Nunca encontrei!
Bentinho, percebo que estou e sempre estive só.
Dê-me de seu veneno!
Arranque este velho coração, que ao meu corpo bombeia apenas sangue:
Já não marca tanta importância!
O deixarei contigo junto a essas palavras
Já não me faz sentido a vida
Se lhe causa conforto, partiremos! Nós partiremos!
Sairemos da tua vida Bentinho...
Nunca nos amou como nós te amamos!
Que suma de suas lembranças, os nossos sorrisos;
Que os nossos olhares sejam apagados, como uma historia mal escrita;
Que nossa amizade seja esquecida no passado...
Que seja lançada ao vento, pois já não é tão importante.
Carregarei de ti apenas essa ferida que abres sem pena;
Essa lágrima que cai da minha alma.
Busque seus ídolos, Bentinho;
Caminhe por suas sombras.
Ao sair pela porta serei seu passado...
Serei teu silêncio.
Vamos Bentinho, continue seu café!
Defesa de Capitu: Texto escrito em 2010, como complementação de matéria do 3º ano do ensino médio. Pedido pelo professor de Língua Portuguesa, Gilmar.