Pantera /Samurai /Águia amanhecida –
Pantera /Samurai /Águia amanhecida –
Prosa Poética * virgínia fulber ( além mar poeta – 1986)
corrigida em 2011-
Ao perceber naqueles que me circundam o desejo de posse sobre minha mente, minhas idéias, meu corpo, sacudo-me ligeiramente, numa agilidade felina desprendo do pelo qualquer insidiosa pretensão alheia. Há um preço nisto, o preço de vagar certas vezes, solitária em desertos , porém este deserto jamais é de mim mesma, estrangeira ao mundo estando no mundo, livre para pertencer à todos e a ninguém, uma mente maior me governa, algo que chamo tempo/natureza, à ela sou fiel não por escolha e sim necessidade, pois nesta Natureza/Tempo há uma indiferença às normas, uma liberdade que me atrai, apesar do cruel desejo de tantos em cercá-la, aprisioná-la, a natureza continua a surpreender com trovões, erupções, desmandos ...
Estou em tudo e a nada pertenço, estou contigo, comigo, e, se vires bem dentro de meus olhos sentirás que não pertenço a ti, somente a mim mesma ! Rogo a cada respiração, seja ampla, esteja inteira no presente ! Digo a mim mesma : observa teu sentir ante à vida e dela tira teu instrumento , teu diapasão, observa atentamente àqueles que dizem “vem por aqui !” pois todos tens suas razões, suas verdades e delas não abrem mão...
Respeito o momento alheio. Sigo, não posso esperar, já vi , vivi alguns estágios , tenho outros campos a semear !
Um ritmo próprio que, demasiadamente me conduz à meu destino de ser humana, indivíduo, única, assim como é minha digital. Nenhuma tatuagem trago em minha pele além das inúmeras marcas de expressão; Esculpiu-me o tanto que vivi e vivo de alegrias, angústias... ( humana, demasiadamente humana...)
Ao deitar-me, presto contas à minha consciência e faço reverencia à fluidez deste rio que escorre em minhas veias , meu mar vermelho... Ondas sacodem-me e lembrando-me que preciso manter-me viva e, se para isto, sem teus olhos e peito terei que seguir...que mal há nisto ? Sigo inteira mesmo assim, ligeira pantera olhando o abismo de si !
Agora Incorporei olhos e asas de Águia , para viver entre abismos e desertos!
Da fera/mulher, ego perdido em desejos, despeço-me e sorrio contigo conosco, em pleno farfalhar de asas em busca do infinito !
et- Recordando o enigma da Esfinge grega Templo de Apolo em Delfos
“Decifra-me ou te devoro !”
( esfinge deriva do grego sphingo, querendo dizer estrangular ) ...