Numa tarde cinzenta...

Numa tarde cinzenta, onde o sol se escondeu, deixando apenas um vento frio e uma névoa que molhava a minha pele, onde o friozinho invadia meu peito teimando se alojar no coração.


Em meio a esta tarde cinzenta, pude sentir um calor inigualável penetrar meu coração, fazendo assim recuar o teimoso frio que se rendia ao bater acelerado do meu coração super aquecido.

Sim, nesta tarde onde o céu teimou ficar escuro, meus olhos viram um brilho especial que vinha de encontro ao meu olhar.

Um brilho que da escuridão de outros olhos se mostrava imponente, ainda que de forma tímida, a senhora desse olhar me contemplasse, deixando transparecer que o frio que a fazia tremer e congelar as mãos, não se comparava ao calor que fazia suar seu coração.

Em meio ao tremor do frio persistente, caminhávamos pelo estreito e solitário caminho, onde nossos corpos de quando em quando se resvalavam, fazendo assim aumentar o tremor, que não mais vinha do frio, mas da ansiedade por estar junto a quem me olhava com seus olhos negros, falando de si e de seu viver, enquanto meus pensamentos quase a ferver, cheios de calor e muito querer, procuravam não se perder em seus desejos e sonhos.

Numa tarde cinzenta e fria, quis o tempo nos presentear com a realização de um dos muitos sonhos sonhados, o de andarmos lado a lado, resvalando nossos corpos a sonhar, culminando com um inesperado, leve e suave beijo aquecido, quebrando assim o gelo de uma tarde cinzenta.

Numa tarde cinzenta e fria, o amor floresce de forma muito aquecida.

“Se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se aquentará? " (ECLESIASTES 4:11)

Divino mprado
Enviado por Divino mprado em 17/06/2011
Reeditado em 18/06/2011
Código do texto: T3041287
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