071 – NA BEIRA DA ESTRADA...

Sonhos que o vento levou, meu ser a deriva, noite desluarada e desestrelada, caminhando caminho por caminhos propositadamente descaminhados, rota distinta na indiferença do ir ou vir, não importa se o dia nasce, se o sol brilha, ou se a chuva cai, importa é que eu siga sempre, estou fugindo de mim, sou um caminhante da beira da estrada em se perder pra esquecer de um sonho findado tão bruscamente, sou um caronista de mim mesmo, me carrego sem destino na preocupação.

É no sonho que me encontro no encontro que tenho com ela, felicidade morta a reviver, o pesadelo se transforma das ruínas do hoje para os lindos momentos do ontem, estremeço em angustias ao revê-la, a ilusão do sonho vagamente me faz suspirar esperanças em tépidas sensações de paz, parado me sinto só e no desespero em ânsias volto a caminhar distancias no arrasto da alma desvairada no pungir desta insensatez a me destruir abobadamente...

Sina esquisita de alma demente do corpo na maldade a flagelar, qualquer caminho serve para o meu caminhar, não procuro atalhos, nem sombreados, sigo no sol inclemente ou na noite aterradora, a insensibilidade da vida assusta a alma acovardada no medo agarrada em sensações estranhas que do corpo já fora desligada.

Dúvida cruel, das vezes na carne a ferir, no sangue a escorrer a certeza recobrada que a vida ainda persiste, a travessia é angustiante nesta estrada que une o nada que fui ao nada que serei...

Um sonho destruído traçou a minha sina, a beira das estradas em meu refúgio se transformou, e a minha alma empalidecida em sedentas miragens mesmo assim ainda vejo na distância a sua imagem sorrindo e acenando esperanças...

Magnu Max Bomfim
Enviado por Magnu Max Bomfim em 16/06/2011
Reeditado em 17/06/2011
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