CRESPA MENINA
C R E S P A – M E N I N A.
Com o teu silêncio crespa menina, eu tenho experimentado um sentimento absurdo de culpa.
Questionando-me ensimesmado, procurando um motivo que talvez involuntariamente tenha te induzido a esse silêncio, e que se faz martírio dentro de mim.
Tenho saudades de ti e me faz falta o teu sorriso líquido de Crespa-Mulher, mas nos meus poemas ainda teimo com uma menina, feito princesa, graciosamente reverente à sua majestade o Crespo-Rei.
Muito tenho para te contar e, por certo, muito mais tens para me dizer.
O meu segredo, eu só te revelarei se me escreveres, isto pode ser uma chantagem, mas quero ainda sentir o teu interesse pelos meus segredos.
Tenho-te composto alguns poemas, ainda não te mandei porque nem ao menos sei se recebeste o último: “Acróstico Onomástico Gênese”.
Como vai a faculdade, o teu trabalho e os teus namorados? Qual é o último?
Quero-te ainda como uma doce canção, e que o silêncio não roube de mim a tua melodia de filha.
Com um beijo do teu Crespo-Rei destronado, para uma princesa-menina que ainda vive em mim.
Eráclito Alírio