O entardecer...
Quando a tarde desce,
Dou-me conta de ainda vivo.
Cheguei da viagem
E estacionei meu carro-alado
No quinto dos infernos.
Sinto-me mais calmo
Apesar dos contratempos
Que de tempos em tempos
Induzem-me ao ápice do ridículo,
Círculo vicioso
Perigoso e marginal.
Sou animal ao buscar,
Nas entranhas do universo,
O motivo d’inda ser.
“- Viva!
Viva sempre confiando em sua mente
que é jovem
nada burguês
mero freguês
desse caos sem fim.”
Almoço meu pão com pão
Sentado no chão
Embora tão frio
Transmuta em calor
Esse estomago mecanizado
Como um pedaço de engrenagem enferrujada
Nessa rotina macro-destruidora e corrupta.
Procuro por você
Perdida num pedaço qualquer de papel:
“Este não!
Este também não...
Essa não!
E então, onde andará você?”
Achei!!!
Não. Falso alarme.
Quem sabe te acho no lixo!?
No luxo eu sei que não está.
Aqui...
Ali...
Acolá...
Ora viva!
Achei Alá!
Lá também não está!
Ainda assim,
Pateticamente,
Eu ouso o edito
Tenho fé e tenho dito:
“Proclamo
à deusa que clamo
o quanto te amo
Ó mulher do meu descalabro!