Chuva da Madrugada
São essas noites, frias, tristes e geladas em que vivo que corroem meu coração com infelicidade, mas não é a noite pripriamente dita ou o frio que vem e rouba eu de mim, são as angustias, o sofrimento por quem não sofre, a lança da raiva que atravessa o meu peito impiedosa, pois sofro na meia madrugada com arrependimento e uma pequena solidão que vem sem pedir licença enquanto tomo meu café preto que traduz com perfeita precisão meu estado, mas no final de dor e lembranças, raiva e solidão multiplicado a tristeza com infelicidade que começo a escalar as paredes tristes do poço onde caio toda noite, sangrando solidão no estado multilado que estou enquanto creio que à manhã ainda vem, ela ainda vem, ainda vem... mas não, ainda chove lá fora na madrugada.