SEM RUMO, SEM ESPERANÇA


Sem sono, sem aconchego,
Sem ninguém pra conversar
Eu sinto às vezes até medo
Se a saudade me abandonar.
A solidão, eu já sei que é fiel companheira,
Com ela, sempre contei,
Desde sempre, a vida inteira
Mas a saudade debruça-se cá dentro do coração,
Às vezes até machuca e causa desilusão,
Por isso, no meu silêncio
Busco sempre meditar enquanto que a emoção
Faz beicinho e quer chorar.
Aí me finjo de forte, dou asas à imaginação,
Através do pensamento, mergulho na imensidão
Por onde os sonhos navegam mesmo que na contra-mão.
Não importa se insensatos, se sempre desencontrados,
Até irracionais, porque prosseguem sozinhos
Sem rumo, sem esperança
Por milhares de caminhos, brincando feito criança,
E enquanto o sono não vem
Vou revolvendo lembranças, já que não tenho ninguém.


Fortaleza, 14/06/2011