FINGIDOR... NEM SEMPRE


Nem sempre o poeta é um fingidor
Ele pode até ocultar o que hora está sentindo
Porém, fala de tudo como ninguém jamais falou
Embora do seu próprio amor, possa até estar fingindo.
Pode até estar amando e se não correspondido,
Finge, e de tal maneira, que parece estar mentindo
Quando transbordando de amor, ele tem o coração
Entregue a quem não merece o que esteja sentindo,
Mas finge indiferença, faz valer a ingratidão.
Poeta, tem passe livre pra dizer tudo que sente
Descreve seus sentimentos às vezes de sofredor,
Porém, aqueles que o lê, no coração e na mente,
Imaginam seu sofrer, compartilham de sua dor,
Declaram-se comovidos e falam abertamente
De tudo aquilo que pensam, transformam-se em ouvidor,
Para amenizar a dor de um amor tão comovente.
O poeta até se atreve a falar do seu amor,
Fingindo falar de outrem enquanto é dele somente...
Sua sensibilidade, tocante qual a de uma flor,
Descrita em cada palavra, de forma tão contundente
Que até ele se esquece que às vezes é um fingidor.
O poeta só não mente, deixa o coração falar,
Descreve o que de fato sente, o sentimento que for
Fingindo ou não, o poeta, só não admite calar.



Fortaleza, 14/06/2011