Vídeo com áudio
 

Vendaval N’Alma   

Nadir A. D’Onofrio
 
https://www.youtube.com/watch?v=lG4Hgszrmbk

 

Encontra-se abandonada à própria sorte,

tal árvore açoitada por fortes ventos!
O que restará, depois que o vendaval passar?
Ao vegetal a certeza, galhos nus e partidos,
raízes expostas sendo ressecadas pelo sol.
Talvez leve anos, mas recuperará a exuberância.
O ser, não tem a resistência do carvalho ou, bambuzal.
Seguro de si, sempre imaginou que tivesse!
Espécime frágil e sensível, por certo sucumbirá.
Tentou fixar raízes, em solo impróprio,
em campo, onde vicejam gêneros diferenciados.
Crescem robustos na disputa, pelos raios do astro maior...
Florescem livres ao sabor dos ventos, flexíveis como girassóis!
Enquanto a insignificante e estática, plantinha de estufa, suscetível ao ataque

das pragas mais comuns... sonhou, que pudesse enfrentar a violência dos temporais!
Esqueceu que a natureza ao castigar, não tem complacência.
Restou-lhe, raízes crispadas, folhas banhadas em lágrimas , galhos frágeis

apoiados sobre a terra... na triste espera do fim...
Momentos de alegrias e tristezas serão equivalentes,
não terão pesos ou, análises diferenciadas como outrora.
“Folhas de papel em branco permanecerão intocadas”.
Sem inspirações, as tentativas seriam vãs, em compor
estrofes sem nexo... do que imaginava poder ser poemas.
Não há testamento, pois nada possui, além do amor...
que norteou seus dias, e foi a luz de seus caminhos.
Às pessoas que ama, por tudo o que representam em sua vida deixará, sentimentos de carinho e gratidão, eternos!
Assim despede-se... cerra as cortinas e sai de cena...
 
Nadir A. D’Onofrio
08/06/2011*00:50
Serra Negra/ SP, em noite fria...