UM POUSO DE MENINA.
Faz um bom tempo transcorrido do nosso primeiro encontro, eu sei que tu não lembras, mas eu saudosamente o lembro muito bem. Por que haveria de não lembrá-lo?
O dia estava levemente frio e o céu se postava levemente alegre, limpo e azul como se fosse um dia de festa. Pois era o dia do nosso primeiro encontro, haja vista, tê-lo combinado para aquele dia. (17-05-1994).
Encontramos-nos num saguão e não era o de um aeroporto, no entanto, era ladeado de salas envidraçadas e bem iluminado. E havia também uma sala VIP que te aguardava e nela estavam a postos técnicos devidamente paramentados de branco. Eles estavam preparando a tua súbita chegada.
Foi um pouso perfeito cheio de sucesso e muita alegria, apesar de no saguão encontrar-me normalmente nervoso, apreensivo com o teu choro novo, na verdade, um grito profundo para a vida e para o mundo.
Vi-te pela primeira vez, estavas deliciosamente nua, (safadinha), e a inocência total era a tua única vestimenta, trouxeram-te ante os meus olhares e, envolvido por ti, amei-te no primeiro olhar. Eu te juro menina foi um amor à primeira vista.
Cheio de ternura e orgulho eu vivo embriagado por aqueles olhinhos pretos, orientalmente repuxados e brilhantes de espanto, tudo para ti era novo e inédito, até eu mesmo o íntimo causador da tua bela chegada e, daí para frente, esperava tão somente o dia em que me chamarias de pai.
Desde esse dia em diante fiquei perdidamente apaixonado por ti e, assim, hoje acredito no amor à primeira vista, por isso, te elegi a minha eterna namorada.
Nosso relacionamento foi bom e prazeroso durante certo tempo, era o de quando vivíamos juntos no dia-a-dia sem nos afastar, sequer um instante, era uma doçura estar sempre ao teu lado.
Agora, já se impõe certa distância entre nós, contudo, continuas junto a mim de uma forma fantasiosa de lembranças e de uma saudade que não se extingue.
Não sei até quando continuaremos assim, juntos, rogo a Deus que seja para sempre, mas o tempo fluirá e dentro em breve tu serás uma bela mocinha e procurarás outras companhias: amiguinhos, amiguinhas, e aí, me vejo futuramente só e mais envelhecido.
Eráclito Alírio