O SÃO JOÃO DE MINHA TERRA.
Chagaspires.
Quando chega o mês de junho me lembro da festa de São João lá em Camaragibe e volto a rever antigas cenas.
O céu repleto de balões emprestava ao lugar um “não sei que de nostalgia”.
Na frente de cada residência as fogueiras lançavam no ar fagulhas e pontas de agulha e dizia uma marchinha popular que elas viravam estrelas de São João.
Crianças soltavam fogos e as moças faziam adivinhações na bacia para ver se iam casar ou ficar solteira.
Canjica, pamonha, milho cozido e assado, bolo pé de moleque, quentão e outras guloseimas faziam parte daquela noite especial.
As camisas de xadrez e as calças Lee, eram indumentárias usadas pelos homens.
Saias de xadrez cheias de laços de fitas eram as preferidas das mocinhas da época.
Havia dois clubes e a gente podia escolher onde brincar: o Guarani e o Penarol.
Em frente de suas sedes uma grande fogueira e cordões embandeirados faziam parte da decoração matuta.
Os mais velhos lançavam rojões e bombas que espocavam a toda hora.
Sinto uma saudade tremenda dos que já se foram.
Minha mãe Nina, minha tia Neném, o primo Bianor e sua mulher Emília, minha avó Maria, minha tia Celestina, foram pessoas que coroavam de êxito a festa do São João da minha infância.
Com certeza devem estar festejando o famoso santo la no céu.
Minha mãe dizia que DEUS colocava São João para dormir, pois se ele visse como era lindo os festejos em sua homenagem, ele queria descer e o mundo iria se acabar.
Tenho a impressão que realmente se ele visse as festas lá de Camaragibe com certeza desceria do céu, pois o encanto e a beleza daquela noite poderiam encantar mesmo o famoso santo.