ENCONTRO

Maria de Fatima Delfina de Mores

Hoje arrumei minhas gavetas de sonhos.

Haviam alguns tão velhos e amarrotados

que sequer hesitei descartar.

Foi assim que aos poucos,

limpei as gavetas da memória,

libertando-me dos apegos,

das peças que a vida pregou-me

ao longo do meu caminho e história.

Num cantinho guardei memórias de quem amei,

daqueles que com ternura souberam amar.

Projetar um retorno? Não.

Melhor guardar uma doce saudade.

E se longo é o caminho, muito hei de percorrer até o fim da jornada.

Melhor que seja assim: alma despojada de apegos.

Ficam descartados os medos de sonhar ser feliz.

Quem sabe o convide para uma taça de vinho?

Num dia... Numa noite...

Sem data... Sem hora...

Sem limites e sem martírios...

Quando for ao seu encontro quero estar pronta

para entender o seu amor.

E se não for amor,

seja o que for,

que seja ternura,

que tenha malícia,

que inflame o desejo...

Ah! Se não for amor

que possa deixar em nós

sabor de doce saudade...

copyright 2011

Maria de Fatima Delfina de Moraes
Enviado por Maria de Fatima Delfina de Moraes em 08/06/2011
Reeditado em 12/08/2011
Código do texto: T3022591
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