É vital que eu enterre meus mortos para que possa resurgir amanhã. Sem isso, vagarei por sobre o caos e nunca conseguirei me libertar.
Necessário se faz que uma última pá seja jogada sobre o amor e que seja terra fértil para que possa rebrotar.
É vital que a ternura seja esquecida, que a taça de vinho verde seja arrebentada, que as amarras se soltem, para que eu não vague à deriva.
Necessário se faz que eu me dispa dos sonhos para que o calor não me sufoque.
É vital que os dias passem, que a noite insone passe para dar lugar a um novo amanhecer.
Necessário se faz que não anoiteça para que não aconteça o perigo do não acordar, do escurecer perene.
É vital que volte a acreditar que o amor é possível mesmo que o coração esteja sangrando.
Necessário se faz perdoar, já que esquecer, é impossível.